Ao jornal alemão, Schulze afirmou que “a política do governo brasileiro na Região Amazônica deixa dúvidas se ainda se persegue uma redução consistente das taxas de desmatamento”. A ministra explicou ainda que o financiamento poderá ser retomado caso essa questão seja esclarecida.
De acordo com a reportagem, o primeiro passo do congelamento se refere a um montante de cerca de 35 milhões de euros, o equivalente a cerca de R$ 155 milhões.
A publicação alemã ressaltou que a iniciativa internacional de mudança climática do ministério alemão forneceu historicamente fundos significativos para projetos no Brasil. De 2008 até o ano passado, de acordo com a pasta, informa o “Tagesspiegel”, cerca de 95 milhões de euros foram repassados, ou pouco mais de R$ 420 milhões.
A reportagem diz ainda que, “enquanto o governo do presidente da direita, Jair Bolsonaro, está comprometido com o objetivo do Acordo Climático de Paris de reduzir o desmatamento ilegal de florestas a zero até 2030 e o reflorestamento massivo, a realidade é diferente. Um dos maiores defensores de Bolsonaro é o lobby agrário”.
Fundo Amazônia
O governo alemão é o segundo país que mais repassou recursos para o Fundo Amazônia , criado em 2008 para financiar ações de conservação e combate ao desmatamento. De seu orçamento total (R$ 1,8 bilhão), o fundo tem cerca de R$ 1 bilhão aplicados em 103 projetos de diferentes origens — são de governos estaduais da região, órgãos federais (Embrapa e Inpe, entre outros) e organizações da sociedade civil.
Em dez anos, a Noruega repassou ao fundo R$ 1,2 bilhão, seguido por Alemanha (que desembolsou R$ 68 milhões) e a Petrobras (R$ 7,7 milhões). O depósito de recursos estrangeiros depende do desempenho dos projetos desenvolvidos até agora. O bloqueio anunciado neste sábado pela ministra alemã não deve afetar o fundo. Mas, segundo o “Tagesspiegel”, a pasta do Meio Ambiente em Berlim também defende que a participação alemã no Fundo Amazônia seja revista.
Os projetos apoiados pelo mecanismo contribuem para a gestão de 190 unidades de conservação. Neste leque estão 65% de todas as terras indígenas da Amazônia.
Fonte: O Globo